Segundo a justiça, esquema pagava até R$ 250 por apoio político e foi denunciado por eleitores
Com informações do Rlagos Noticias / Foto Redes Sociais
A Justiça Eleitoral cassou nesta sexta-feira (27) o mandato da prefeita de Miracema, Alessandra Freire (Republicanos), por compra de votos nas eleições municipais. A decisão foi proferida pela juíza Letícia de Souza Branquinho, da 112ª Zona Eleitoral, e também determina a cassação do vice-prefeito, Maurício Vô (SDD), além de multa de R$ 30 mil para cada um.
A Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) foi movida pelo candidato derrotado Charles Magalhães (PP), com base em denúncias de que Maurício Vô, com apoio do filho, oferecia R$ 100 por voto individual e R$ 250 para captadores que ajudassem a convencer eleitores. O esquema, segundo a denúncia, foi revelado após quebra de acordos financeiros com os colaboradores da fraude.
Ainda segundo os autos, após as eleições, os investigados teriam alterado os valores e passado a oferecer R$ 250 por família. Parte dos envolvidos, insatisfeita com o não cumprimento das promessas, denunciou o caso à coligação adversária, que levou os fatos à Justiça.
Na sentença, a magistrada destacou a gravidade do esquema, apontando que houve reuniões privadas, uso de intermediários e elaboração de listas com eleitores. “Não há dúvidas quanto à elevada gravidade qualitativa da conduta, considerando o intrincado esquema de compra de votos arquitetado pelos investigados”, escreveu a juíza.
Apesar da decisão, Alessandra Freire poderá recorrer às instâncias superiores, o que pode suspender os efeitos imediatos da cassação até julgamento final. Enquanto isso, o cenário político em Miracema segue instável, e a Justiça Eleitoral deverá definir os próximos passos para o comando da prefeitura.