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quinta-feira, maio 8, 2025

Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal: Macaé entre as cinco cidades mais bem avaliadas no RJ

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Por Ascom Firjan

O município de Macaé (0,7413) aparece entre as cinco cidades mais bem avaliadas em todo o estado no Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM). O estudo revela que o estado do Rio de Janeiro é o único da região Sudeste sem nenhuma cidade com alto desenvolvimento socioeconômico. De acordo com o estudo, 63% dos municípios fluminenses, o correspondente a 11,7 milhões de pessoas, têm desenvolvimento moderado. A capital nacional do petróleo é a única cidade da região Norte Fluminense entre os primeiros municípios listados no Índice, atrás de Rio de Janeiro (0,7933), Volta Redonda (0,7556), Resende (0,7421) e Piraí (0,7413), antes de Niterói (0,7224) que aparece listada em 11ª. Campos dos Goytacazes (0,6080) aparece em 55º, atrás de Carapebus (0,6407) e São João da Barra (0,6217), em 42º e 50º, respectivamente, na análise estadual.

 

Em outro cenário, o estudo revela também que 5,5 milhões de pessoas vivem nos 35,9% das cidades com baixo desenvolvimento, entre elas estão os municípios de Cardoso Moreira (0,5262) e São Francisco de Itabapoana (0,5084) que ocupam as posições 84º e 86º na análise que relaciona os 92 municípios.

O IFDM médio dos municípios da região Norte foi de 0,5941, 4,5% abaixo da média dos municípios do estado fluminense. Em média, a região Norte possuiu o 2º menor IFDM do estado do Rio, só ficando à frente da Baixada.

 

Elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) com base em dados oficiais referentes ao ano de 2023, esta edição do IFDM analisou 5.550 municípios brasileiros, que respondem por 99,96% da população.

“É inadmissível que ainda hoje, apesar da melhoria nos últimos anos, a gente tenha um Brasil tão desigual. Através do IFDM conseguimos chamar a atenção para a situação crítica de muitas cidades, que nem sequer tem quantidade razoável de médicos para atender a população, em que a diversidade econômica é tão baixa que sete em cada dez empregos formais são na administração pública. Nossos cálculos indicam que as cidades críticas têm, em média, mais de duas décadas de atraso em relação as mais desenvolvidas do país. É como se parte dos brasileiros ainda estivesse vivendo no século passado”, ressalta o presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano.

Ainda de acordo com o estudo, Macaé apresentou o melhor desempenho em Emprego & Renda de todo o estado do Rio de Janeiro. Já São Francisco de Itabapoana, na outra ponta do ranking regional, superou o grau de desenvolvimento crítico na vertente Educação (+48,1%), embora tenha perdido duas posições no ranking e tenha regredido no indicador de Saúde (-10,6).

 Campos dos Goytacazes atingiu grau de desenvolvimento moderado no IFDM e praticamente manteve a posição no ranking estadual na comparação com 2013, de 53ª para 55ª, com desempenho impulsionado pelo indicador de Emprego & Renda. Nas áreas de Educação e Saúde a cidade apresentou indicadores ainda em nível baixo. Em relação a 2013, Campos apresentou relativa estabilidade no IFDM Emprego & Renda (-0,2%). Por outro lado, melhorou seu desempenho nos indicadores Educação (+37,9%) e Saúde (+17,3%).

 

Metodologia

 

Criado em 2008 e atualizado neste ano com nova metodologia, o estudo é composto pelos indicadores de Emprego & Renda, Saúde e Educação e varia de 0 a 1 ponto, sendo que quanto mais próximo de 1 maior o desenvolvimento socioeconômico. Pela pontuação, é possível avaliar o município de forma geral e específica em cada um dos indicadores. Tanto a avaliação geral quanto as análises dos indicadores são classificadas em quatro conceitos: entre 0 e 0,4 – desenvolvimento crítico / entre 0,4 e 0,6 – desenvolvimento baixo / entre 0,6 e 0,8 – desenvolvimento moderado / entre 0,8 e 1 – desenvolvimento alto. O estudo permite, ainda, avaliação absoluta por município e ano e comparações entre cidades e anos anteriores.

A análise mostra que, de 2013 a 2023, o IFDM médio dos municípios fluminenses cresceu 14,2%, passando de 0,5448 para 0,6224 – referente a desenvolvimento moderado. Esse avanço foi impulsionado principalmente por Educação, que registrou alta de 33,7%, seguido por Saúde (+13,2%) e, em menor escala, por Emprego & Renda (+1,6%). De acordo com a Firjan, esse movimento foi disseminado pelo estado, já que 87 das 92 cidades evoluíram frente a 2013.

57 milhões de brasileiros vivem em cidades com desenvolvimento socioeconômico baixo ou crítico

O IFDM aponta que 47,3% das cidades brasileiras (2.625) ainda têm desenvolvimento socioeconômico baixo (2.376) ou crítico (249). São 57 milhões de pessoas vivendo nessa situação. Os municípios com desenvolvimento moderado são 48,1% (2.669) e aqueles com alto nível são apenas 4,6% (256). Os três mais bem avaliados pelo estudo são Águas de São Pedro (SP), São Caetano do Sul (SP) e Curitiba (PR).

A análise também mostra que 99% dos municípios analisados registraram avanço no índice geral entre 2013 e 2023. Com isso, a pontuação média brasileira no estudo é de 0,6067 ponto, referente a desenvolvimento moderado. As três vertentes do índice contribuíram para esse avanço, ainda que em ritmos distintos. O IFDM Educação teve o maior crescimento (+52,1%), passando de 0,4166 ponto em 2013 — quando era a variável com pior pontuação — para 0,6335 em 2023, tornando-se o componente de melhor desempenho. O IFDM Saúde registrou o segundo maior avanço (+29,8%), aumentando de 0,4626 ponto para 0,6002. Já o IFDM Emprego & Renda foi o que menos evoluiu (+12,1%), mesmo com a forte recuperação pós-pandemia. Essa trajetória de desenvolvimento disseminado resultou em redução de 87,4% no número de municípios com desenvolvimento crítico, que passou de 1.978 em 2013 para 249 em 2023.

O gerente de Estudos Econômicos da Firjan, Jonathas Goulart, coloca que todas as regiões ainda têm cidades em situação crítica, mas que Norte e Nordeste ainda são as mais prejudicadas. Ele destaca que o estudo oferece análise detalhada para que o cenário possa ser modificado nos próximos anos. “Estamos fornecendo um quadro representativo para a formulação de políticas públicas mais eficazes e equitativas”, pontua Goulart.

Déficit na formação de professores é problema apontado pelo IFDM Educação

A Educação se destaca como a área do estudo com maior número de municípios em patamares mais elevados de desenvolvimento. No país, 56,1% das cidades (3.113) registram desenvolvimento moderado, enquanto 7,2% (401) têm alto desenvolvimento. Ainda assim, desafios persistem, pois 32,5% (1.806) permanecem na faixa de baixo desenvolvimento e 4,1% (230) apresentam cenário crítico.

O IFDM Educação foi desenvolvido para avaliar tanto a oferta quanto a qualidade da educação básica em escolas públicas e privadas, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio. Percentual de crianças de até três anos matriculadas em creches, adequação da formação dos professores que lecionam no Ensino Fundamental e no Ensino Médio, oferta de educação em tempo integral, taxas de abandono escolar e de distorção idade-série, além do desempenho dos alunos no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) no Ensino Fundamental são as variáveis consideradas no indicador.

Com isso, o estudo ressalta que nos municípios com desenvolvimento crítico 57% das turmas do Ensino Fundamental não são ministradas por professores com formação adequada. Ainda que em menor proporção, municípios com alto desenvolvimento (23%) também têm esse problema. A distorção idade-série é outro ponto destacado. Estão acima da idade recomendada 40% dos alunos do Ensino Médio nos municípios críticos. Esse número é quase cinco vezes o observado nas cidades mais desenvolvidas (8,3%). Na Educação Infantil, a análise da Firjan aponta que apenas 19% das crianças de até três anos estão matriculadas em creches nos municípios com pior desempenho, quase um terço do percentual registrado nos municípios de alto desenvolvimento (53%), onde a média supera a meta vigente do Plano Nacional de Educação (PNE).

Falta de médicos é um dos principais pontos críticos na área da saúde

A maioria dos municípios brasileiros apresenta desempenho moderado no IFDM Saúde. Do total analisado, 53,2% (2.961) registram pontuações entre 0,6 e 0,8 no indicador. Por outro lado, 39,1% das cidades (2.179) permanecem em situação de baixo desenvolvimento. Nos extremos, 5,8% (323) registram desempenho crítico e apenas 1,9% (107) tem alto desenvolvimento.

O IFDM Saúde avalia cobertura vacinal, percentual de gestantes que realizam consultas pré-natais, incidência de gravidez na adolescência, número de internações por condições sensíveis à atenção básica e por problemas relacionados ao saneamento inadequado, taxa de óbitos infantis evitáveis e quantidade de médicos disponíveis para cada mil habitantes.

A análise mostra que as cidades críticas têm, em média, apenas um médico para dois mil habitantes. Nas cidades com alto desenvolvimento são sete para cada grupo de dois mil habitantes. O estudo aponta, ainda, que são 74 internações por saneamento inadequado a cada dez mil habitantes nos municípios críticos. Nas cidades mais desenvolvidas são quatro. Outro ponto ressaltado pelo estudo é a gravidez na adolescência. Nas cidades com situação crítica, 41% das gestações são de adolescentes, percentual mais de três vezes superior ao das cidades de alto desenvolvimento (12%). Já as internações por causas sensíveis à atenção básica representam um terço (33,2%) do total nos municípios críticos, mais que o dobro da proporção observada nas cidades mais desenvolvidas (13,7%).

Baixa diversidade econômica: nos municípios críticos, quase sete em cada dez empregos formais são na administração pública

A distribuição dos municípios brasileiros por nível de desenvolvimento do IFDM Emprego & Renda em 2023 revela cenário contrastante. Enquanto 20,3% das cidades têm alto nível de desenvolvimento nessa dimensão — a maior proporção entre as três vertentes do IFDM —, ainda há desafios significativos: um em cada quatro (25,2%) municípios apresenta um mercado de trabalho em condição crítica.

O IFDM Emprego & Renda avalia a capacidade de geração de empregos e de distribuição de renda nos municípios, levando em conta absorção da mão de obra local, diversidade econômica (indicadora de resiliência do mercado), taxa de desligamentos voluntários (reflete a mobilidade e a confiança do trabalhador), PIB per capita (medida de riqueza produzida por habitante), participação dos salários no PIB (indicadora de distribuição de renda) e taxa de pobreza (evidencia a parcela da população em situação de vulnerabilidade socioeconômica).

Nas cidades com desenvolvimento crítico no IFDM Emprego & Renda, 9,3% da população adulta possui emprego formal. Nos municípios de alto desenvolvimento nesse indicador, esse percentual é de 39,4%. O estudo também aponta que a baixa diversidade econômica nos municípios críticos é ilustrada pela alta dependência nos empregos públicos: nessas cidades, quase sete em cada dez vínculos formais (67,9%) de emprego estão na administração pública, frente a apenas 10,6% nos municípios com alta performance.

Acesse o IFDM em 
www.firjan.com.br/ifdm. Através deste link é possível consultar análise geral das cidades brasileiras, dados específicos dos municípios, além da série histórica do estudo.

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