Polícia Federal realiza nova fase da Operação Teatro Invisível e investiga esquema que teria movimentado R$ 3,5 bilhões em fraudes eleitorais e licitatórias no estado do Rio.
Foto Polícia Federal
A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (16), a segunda fase da Operação Teatro Invisível, que investiga uma organização criminosa envolvida em fraudes eleitorais, caixa dois, licitações fraudulentas, lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça. O grupo teria movimentado cerca de R$ 3,5 bilhões em um esquema de corrupção que atinge diferentes municípios do estado do Rio de Janeiro. As informações são de Lucas Luciano/Tempo Real.
Nesta etapa da operação, estão sendo cumpridos dez mandados de busca e apreensão nas cidades de Cabo Frio, Itaguaí, Mangaratiba, Rio de Janeiro (capital) e Juiz de Fora (MG). Entre os alvos estão o prefeito de Cabo Frio, Dr. Serginho (PL); os candidatos derrotados nas eleições de 2024 Valdecy da Saúde (PL), em São João de Meriti, e Aarão Reis (PP), em Mangaratiba; além de Rubão (Podemos), que concorreu sub judice em Itaguaí e ainda aguarda decisão do Supremo Tribunal Federal.
A Justiça determinou o bloqueio de R$ 3,5 bilhões das contas dos investigados e a suspensão das atividades econômicas de oito empresas apontadas como participantes do esquema.
Segundo a PF, a nova fase é resultado da análise de materiais apreendidos na primeira etapa da operação, realizada em setembro de 2024, que investigava a criação e disseminação de notícias falsas contra candidatos a prefeito em diversas cidades fluminenses. A base do grupo, segundo as investigações, ficava em São João de Meriti, mas a atuação se estendia a mais de dez municípios.
A corporação afirma que os investigados destruíram provas digitais relevantes, dificultando a identificação dos autores e beneficiários do esquema. Ainda segundo a PF, houve uso de recursos não declarados à Justiça Eleitoral para favorecer candidaturas em 2024, com indícios robustos de lavagem de dinheiro por meio de contas de passagem, dinheiro em espécie, empresas de fachada e aquisição de bens de alto valor.
A operação segue em andamento e novas diligências serão realizadas para identificar outros envolvidos. Se condenados, os investigados poderão enfrentar penas que somam até 27 anos de prisão.